Fatores de exposição ou Fatores Técnicos (Técnicas Radiológicas)

 

Fatores de Exposição para Radiografias em Filme (analógicas)

Para cada exame radiológico realizado é necessário que o técnico em radiologia médica selecione três fatores de exposição no painel de controle do equipamento. Os fatores de exposição necessários para cada exame são determinados por inúmeras variáveis, incluindo densidade/número atômico e espessura da parte anatômica, patologias presente e tecnologia de aquisição de imagem.

Cada um desses fatores de exposição tem um efeito específico na qualidade de imagem radiográfica. Logo é imprescindível o conhecimento aprofundado desses fatores por todos os profissionais envolvidos na realização dos exames, tanto para assegurar que as imagens obtidas tenham a melhor qualidade possível, quanto às doses inevitáveis sejam a mais baixa possível.

Os fatores de exposição ou fatores técnicos são conhecidos como: kilovolt, miliamperagem e miliamperagem x segundo.

·         Kilovoltagem (kV):

Precisamos ter em mente que: Que tensão elétrica é uma grandeza física e volts é uma unidade de medida dessa grandeza.

Tensão elétrica (denotada por ∆V), também conhecida como diferença de potencial (DDP), é a diferença de potencial elétrico entre dois pontos ou a diferença em energia potencial elétrica por unidade de carga elétrica entre dois pontos. Sua unidade de medida é o volt – homenagem ao físico italiano Alessandro Volta. A diferença de potencial é igual ao trabalho que deve ser feito, por unidade de carga contra um campo elétrico para se movimentar uma carga qualquer. Uma diferença de potencial pode representar tanto uma fonte de energia (força eletromotriz), quanto pode representar energia "perdida" ou armazenada (queda de tensão).

O volt (V) é a unidade de medida derivada. É definido como “tensão elétrica entre os terminais de um elemento passivo de circuito, que dissipa a potência de 1 watt quando percorrido por uma corrente invariável de 1 ampère”.

Como vimos no curso de física radiológica a tensão elétrica entre o catodo e o anodo resulta na penetrabilidade dos feixes de raios x, por uma questão de conservação de energia. Por essa razão encontrarmos frases do tipo “Controla a energia (poder penetrante) do feixe de raios x” o que é totalmente inconsistente com as definições de alguns conceitos de física básica.   

Toda unidade de medida tem seus múltiplos e submúltiplos, a tabela 1 mostra os múltiplos e submúltiplos do volt.

Tabela 1 - Múltiplo e Submúltiplos do volt

Nome

Símbolo

Fator de multiplicação

Kilovolt

kV

1000

Hectovolt

hV

100

Decavolt

daV

10

Volt

V

1

Decivolt

dV

0,1

Centivolt

cV

0,01

Milivolt

mV

0,001

Em radiologia médica usamos quilovolt (kV) para produzir radiação com espectro dos raios x, uma expressão algébrica muito conhecida na área técnica pode ser usada para determinar o valor da tensão elétrica (V) para cada incidência radiológica.

V = 2.E + k

Onde:

E = Espessura da parte a ser radiografada.

K = é a constante do aparelho usado no exame.

A constante (k) pode ser obtida no painel de controle do aparelho, uma vez que o menor valor do kV é a constante do aparelho. Nos testes que controle de qualidade realizado por físicos médicos é possível determinar um valor aproximado para essa constante.

Ex: Suponha uma constante de 35 e uma espessura de 15 cm, a tensão utilizada será 65 kV.

Pois: V = 2(15) + 35 = 65 kV

 Exercícios

1)   Qual tensão deve ser aplicado numa incidência de abdome em AP cuja espessura é de 40 cm e aparelho com constante de 60 kV.

a)        140

b)        150

c)        160

d)       170

2)   Qual a tensão deve ser aplicado numa incidência de tórax em PA cuja espessura é de 25 cm e aparelho com constante de 60 kV

a)    80 kV

b)   100 kV

c)    90 kV

d)   110 kV


Intensidade da corrente elétrica

A intensidade da corrente elétrica é definida como:

Podemos determinar por integração a carga produzida na ampola de raios x no intervalo de tempo 0 a t. 



onde a corrente i pode variar no tempo. A quantidade de carga total envolvida na produção dos raios x pode ser aproximada por:

q = i.t

A unidade de corrente elétrica no SI é o Coulomb por segundo, ou Ampère, representada pelo símbolo A:

1 Ampère (1 A)  = 1 coulomb por segundo = (1 C/s)   

 O miliampere corresponde a milésima parte do ampère 1/1000, representada pelo símbolo mA, o tempo em segundo representado pelo símbolo s, substituindo os símbolos mA e s em 2.5, temos a expressão mAs, que representa a carga elétrica envolvida  na produção dos raios x.

C = mA.s

Uma regra prática para a seleção do mA consiste em: 100 mA para ossos e contrastes positivos; 300 mA para abdome músculo e víscera e 500 mA para pulmão e constaste negativo.   

Tabela a) - mA / Estrutura 

Tecido

mA

Ossos e contraste positivos

100

Abdome, músculo e víscera

300

Pulmão e contrastes negativos

500

 

 Na prática uma vez uma vez fixada a corrente através da (mA) a seleção do (mAs) implica na variação do tempo de exposição, como nos casos de aparelhos que permitem a seleção do mA e mAs simultaneamente.

Para determinar o valor do mAs para cada radiografia usa-se uma relação algébrica onde se multiplica o kV obtido pela relação 2.2 por um coeficiente miliamperimétrico - cm que varia de acordo com as densidades dos tecidos humanos e contrastes ingeridos ou injetados como mostrado na tabela 2.1  

mAs = kV.cm

Tabela b) - Coeficiente miliamperétrico

Tecido

Cm

Ossos e contraste positivos

1

Abdome, músculo e víscera

0,8

Pulmão e contrastes negativos

0,05

Nota: Contraste positivo todas as densidades que aparecem brancas na radiografia; contrastes negativos todas as densidades que parecem pretas na radiografia.

Fonte: SAVAREGO, Simone. DAMAS, Karina Ferrassa3 

Referências

http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/vim_2012.pdf

http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/si_versao_final.pdf

 

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